
A nossa viagem de um mês estava na sua recta final, para trás ficaram algumas dezenas de milhares de kilometros, centenas de horas em transportes, cidades magnificas, países que apenas pensavamos visitar em sonhos, muitas amizades expontaneas, muitas sonhos partilhados e principalmente um conhecimento de nós próprios muito verdadeiro.
A melancolia invadia-nos a consciência e a forma de ver o real, sentimo-nos vivos como nunca antes o tinhamos sentido.
Apanhamos o ultimo comboio da viagem, o de madrid
para lisboa. Nesse comboio, como durante toda a viagem, a vida surpreendeu-nos e brindou-nos com o seu elemento mais fatalista, o destino. Conhecemos o Brian, a Mary e o Dunke. Três americanos muito interessantes, que nos fizeram mudar a forma como viamos a america e os americanos. Sempre muito divertidos, o que mais me surpreendeu foi a sua abertura para conhecer as nossas perspectivas, a alma sempre pronta para aprender mais. Falamos durante quase toda a viagem, trocamos ideias, desejos, pontos de vista e até os conseguimos fazer gozar com o seu próprio sotaque.
Já quase a chegar a Portugal, perguntaram-nos se não nos sentiamos tristes por estarmos a terminar a nossa viagem. Sentiamos de facto alguma melancolia, mas o facto de estarmos a acabar uma viagem e eles a começarem a deles fez-nos sentir bem. Qual a forma melhor de acabar uma viagem longa, do que partilhar as nossas experiência?
Injectamos de alguma forma neles a nosssa gratidao e alegria pela nossa viagem, e no fim sentimos que conseguimos dar mais brilho aqueles olhos viajantes.
De facto foi a maneira ideal de terminar a nossa viagem, posso dizer orgulhosamente, passamos o testemunho...